¡Hola! ¿Qué tal?
Muito se fala em intercâmbio nos USA, Canadá e países da Europa, mas você já suscitou a ideia de fazer um intercâmbio em Cuba? A minha querida amiga, Emilly Gama, não só idealizou seus estudos em Cuba, como também o realizou! Bacana, não? O bloguitcho W-B, com intuito de estimular novas percepções e perspectivas de intercâmbios culturais e/ou de estudos, convidou a queridíssima Emilly Gama a nos conceder uma entrevista sobre sua experiência em terra cubana. Antes, porém, saibamos um pouco sobre nossa entrevistada.
"Viajar e ver o mundo de um outro ponto de vista é algo necessário para o engrandecimento do ser humano. "
Emilly Gama
Emilly Gama é uma jovem de 20 e pouco aninhos, geminiana e concludente do curso de Cinema e Audiovisual na Universidade Federal do Ceará. Eu a conheci nas aulas de balé. Foi amizade à primeira vista. Logo em nossas primeiras conversas, percebi que Emilly é uma menina muito inteligente, meiga, intelectual, amante de balé e de fotografia. Um de seus traços marcantes é a sua coragem e força de vontade de transformar seus sonhos em realidade. Não à toa, planejou e concretizou sozinha seu sonho de estudar cinema em Cuba. Outro traço de sua personalidade é sua simpatia e seu jeito descontraído e falante. Foi em uma de nossas agradáveis conversas que soube que ela havia estudado em um país que eu tenho imensa vontade de conhecê-lo. Então, não perdi tempo, convidei-a a nos contar um pouco sobre suas impressões cubanas. O bloguitcho W-B, agradece com toda felicidade sua colaboração e deseja-lhe toda sorte do mundo.
Para embalar esta entrevista, que tal unir Coldplay e Buena Vista Social Club em um delicioso mambo?
Fonte: www.youtube.com.br
W-B: Quando e por que decidiu fazer um intercâmbio?
EG: Decidi fazer o intercâmbio alguns meses antes. Acho que uns 6 meses antes. Eu sempre quis ir estudar cinema em Cuba e era a oportunidade de concretizar isso.
W-B: O que a motivou a estudar em Cuba?
EG: Bem, primeiramente, o fato de a Escuela de San Antonio de los Baños ser uma escola incrível e muito considerada internacionalmente. Mas lógico, não é só a fama que dá credibilidade a um lugar. Minha curiosidade acerca do cinema latino americano sempre foi latente e lá, o berço desse ideal, dessa discussão sobre o cinema latino, sempre me pareceu um lugar necessário em meu trajeto pessoal- profissional. Porque, para além da experiência profissional que tive lá, a vivência em Cuba foi algo engrandecedor.
W-B: Quais foram os seus primeiros passos para realizar o sonho do intercâmbio?
EG: Meu primeiro passo foi ter coragem a me submeter aos procedimentos requeridos, ou melhor, achar que eu estava apta para isso. Foi mais um processo de desenvolvimento da auto-confiança.
W-B: Você utilizou alguma agência para auxiliá-la no intercâmbio?
EG: Na verdade, não foi de fato um intercâmbio, pois eu me matriculei em um curso de curta extensão na Escuela. Então, a escola me ajudou em tudo, deu-me todo o direcionamento. Em Cuba, as coisas funcionam diferente, não fui por uma agência ou por um pacote, fui para ficar na escola com tudo incluso. Não existe o vínculo entre as instituições de lá e a minha universidade, fiz tudo por conta própria e fui atrás de tudo.
W-B: Qual cidade você escolheu e por quê?
EG: Eu fiquei em San Antonio de los Baños, aproximadamente 40 minutos de Havana, a capital. Nessa cidade, fica a escola de cinema, um pouco mais afastada do grande centro, numa área campesina bastante calma e agradável.
W-B: Você preferiu casa de família ou residência? Por quê? Foi uma boa escolha?
EG: Eu fiquei na residência da escola, dividindo o apartamento com várias amigas de outros países, foi assim com todos os alunos matriculados no mesmo curso. A escola oferecia a residência e a alimentação. Os apartamentos eram dentro do campus da escola. Foi maravilhoso, a experiência de partilhar e conviver diariamente com pessoas novas foi enriquecedor, além de ter provocado uma união com as pessoas que morei.
W-B: Qual foi a escola/universidade que você escolheu e qual o programa de estudo?
EG: Eu escolhi a Escuela Internacional de Cine y televisión de San Antonio de los Baños, fui realizar o “taller” de realización cinematográfica.
W-B: Quanto tempo passou estudando fora? Foi proveitoso?
EG: Passei um mês fora, mas como era em Cuba, pareceu muito mais tempo. Foi extremamente proveitoso e me relacionei com o tempo de uma maneira bastante diferente.
W-B: Liste alguns pontos positivos e negativos da cidade que você escolheu.
EG: Os positivos: tranquilidade, paisagem bonita e relaxante, pois há muito trabalho e de vez em quando é bom parar e ver o verde. Negativos: não consigo ver nenhum. Talvez só a opção de restaurantes, pois há muito mais em Havana... Mas logo achamos o restaurante da Mercedez.
W-B: Liste alguns pontos positivos e negativos da escola/universidade que escolheu.
EG: A escola é um ambiente fértil, como todos os alunos moram lá, a convivência é intensa. Há tudo lá, mercado, lavanderia, os apartamentos, piscina, quadras, um lugarzinho legal pra fazer festas, etc. Outro ponto positivo é que a escola sempre exibe filmes à noite e toda semana traz um ou mais realizador pra debater. Sempre vai gente interessante.De negativo, eu citaria os meios de comunicação, mas isso não é um problema só da escola, pois o país todo sofre com essa restrição. É muito complicado ligar e se conectar à internet. Às vezes dá, às vezes não, mas nada que tire o pedaço da alma. Aliás, foi muito bom passar um tempo desapegada disso. É difícil falar assim porque para mim foi só um período da minha vida, pois já estou de volta ao Brasil e tenho toda a minha conexão com o mundo, mas quem está lá ainda sofre com isso...
W-B: Fale-nos sobre as diferenças culturais.
EG: Nossa, são tantas. É possível andar nas ruas tranquilamente sem medo de assaltos. Lá também é bem comum encontrar polícia civil nas ruas, seja para dar informação ou para ficar de prontidão. O acesso à cultura é fácil, pois é bem barato. Livros, teatro, cinema, tudo é bastante barato e, em geral, os cubanos são pessoas muito cultas. Porém, há também uma segregação. Os turistas são meio que separados dos cubanos. Existe toda uma maquiagem para que esse contato não aconteça em um maior grau. Comigo isso não aconteceu porque não fui para como turista, fui como estudante, então eu ia nos lugares mais baratos, conhecia cubanos, etc. Não fui com muito dinheiro, fui como estudante mesmo, então tinha que economizar e viver o lugar. lembro-me de comer um prato de macarronada por 0,50 pesos cubanos.
W-B: Recomende-nos um filme cubano.
EG: Memórias do Subdesenvolvimento:
W-B: Deixe-nos uma mensagem para aqueles que sonham em estudar no exterior.
EG: Viajar e ver o mundo de um outro ponto de vista é algo necessário para o engrandecimento do ser humano. É necessário conhecer outras culturas, outras formas de viver, de se relacionar para sair da sua bolha privada. O mundo é uma rede complexa e maravilhosa. O melhor de tudo é que está aí esperando para ser descoberto. A América nunca foi descoberta, nenhum lugar do mundo foi descoberto por completo. Estamos sempre em expedição.
Foto: Emilly Gama |
Foto: Emilly Gama |
Foto: Emilly Gama |
Foto: Emilly Gama |
Foto: Emilly Gama |
Foto: Emilly Gama |
Foto: Emilly Gama |
Foto: Emilly Gama |
Foto: Só Deus sabe |
Foto: Emilly Gama |
Foto: Emilly Gama |
Foto: Emilly Gama |
Foto: Emilly Gama |
Foto: Emilly Gama |
ATENÇÃO: RESPEITE OS DIREITOS AUTORIAS. NENHUMA PARTE DESTE POST DEVE SER REPRODUZIDA SEM A AUTORIZAÇÃO DO(A) AUTOR(A) E SEM QUE HAJA A CITAÇÃO DA FONTE.
Adorei sua página. Muito bem bolada!!! Como é que põe essa reação do leitor? Achei fantástico! Tô na fila da entrevista...hihihihihi
ResponderExcluirBjão. Boa sorte. Deus te abençoe!